Que o vinho tinto é a preferência nacional, é fato! Mas porquê? Pelo
que me recordo a jornada pelo mundo do vinho de grande parte dos
brasileiros não começou por ele. Quem, em algum momento no passado, não
se deliciou com o famoso vinho da garrafa azul? Na época, eu não tinha o
costume de beber vinhos, mas sempre que bebia tinha minha exigência.
Tinha que ser o branco alemão e, o mais importante, o da garrafa azul, é
claro!
Hoje me pergunto, o que aconteceu? Será que não existem vinhos
brancos ou rosès tão bons quanto os tintos? A preferência por tintos é
uma característica do gosto brasileiro? Ou será que existe uma pitada de
desconhecimento? Quem sabe até um pouco de preconceito.
Não sei ao certo mas, se tivesse que arriscar, eu diria que é um pouco de
tudo, excluindo a primeira opção. Afinal, existem notáveis vinhos
brancos, dignos do mais alto prestígio, que fazem bonito até mesmo
diante da Realeza Inglesa.
Em viagem que fiz à Paris em novembro de 2009, olhando as pessoas
das mesas vizinhas nos restaurantes, constatei que o consumo de vinho
branco pelos franceses era igual ao de vinho tinto, senão maior.
Confesso que me espantei com o fato, afinal, por aqui, o consumo de
vinhos brancos é consideravelmente menor. A partir daquele dia resolvi
dar uma chance aos vinhos brancos e rosès e para minha surpresa a
experiência foi tão grandiosa que, além de ampliar minhas opções, serviu
para comprovar a teoria da harmonização. Teoria que, na minha opinião,
deve considerar não somente pratos, mas também momento, temperatura e
lugar.
Neste mês de calor intenso, temos a oportunidade de colocar os
vinhos brancos à prova, rever alguns conceitos e descobrir o quão bom um
vinho branco pode ser. E com algumas vantagens: são, relativamente,
mais baratos, harmonizam melhor com alguns tipos de comidas, são mais
refrescantes e indicados para o calor.
Casa Lapostolle Sauvignon Blanc 2010 e Alamos Torrontés 2010
# Caso você conheça algum bom rótulo e queira compartilhar, mande sua sugestão para letourdevin.brasil@gmail.com.
Casa Lapostolle Sauvignon Blanc 2010 - Casa Lapostolle
Delicioso vinho chileno elaborado por uma grande vinícola. É um vinho aromático e
seco, com acidez equilibrada. Foi escolhido como o "Vinho da Semana",
por Jancis Robinson, consultora oficial do Palácio de Buckingham, que diz ter tomado o vinho até a última gota da
garrafa.
Além de ser escolhido como o vinho da semana por Jancis Robinson, foi o vinho que Kate Middleton serviu em um jantar oferecido à família e aos amigos mais íntimos na véspera de seu casamento com o Príncipe William.
Produtor: Casa Lapostolle
Origem: Chile
Região: Rapel Valley
Uva: 90% Sauvignon Blanc e 10% Sémillon
Teor Alcoólico: 13,5%
Informações: Uvas colhidas manualmente, bem cedo da manhã, para manter o máximo de
frescor. Mosto macerado com as cascas para extrair ao máximo as
características varietais. Fermentado em cubas de aço inoxidável. Não
submetido a fermentação malolática. Maturado 4 meses com as borras.
Alamos Torrontés 2010 - Catena Zapata
Catena Zapata é considerado uns dos melhores, senão o melhor, produtor de vinhos da Argentina e a linha Alamos um dos melhores custos/benefícios da atualidade. Seus vinhos são de extrema qualidade e surpreendem até renomados especialistas.
A Torrontés é a uva branca mais emblemática da Argentina,
originando vinhos muito aromáticos que combina um sedutor e
complexo bouquet com ótima acidez, em um conjunto bastante equilibrado.
Origem: Argentina
Região: Mendoza
Uva: Torrontés
Teor Alcoólico: 13,5%
Informações: Vinhedos de altitude elevada com rendimento limitado e colheita manual das uvas. Vinificação tradicional em cuba de aço inoxidável com controle de temperatura e uso de leveduras selecionadas. Nenhuma passagem por barrica.