Adeus ano velho... Feliz 2012!

     Próximos de mais um final de ano e, apesar das dificuldades e dos sucessos, sei que podemos dizer que o saldo é positivo, só depende da perspectiva do olhar. Diante dessa frase, deixo um conselho: use seu lado otimista e leve boas recordações de 2011.

     Frase perigosa, não? Imagino que alguns estão pensando: Que ousadia! Quem é esse cara? Ele não sabe nada da minha vida!

     Concordo com você mas, mesmo assim, insisto na opinião da perspectiva. Portanto, aproveite os momentos que a vida lhe proporciona, até mesmo os indesejáveis, e já que eles sempre vêm, procure uma lição durante o processo de superação e faça a sua limonada com o limão que recebeste.

     Certa vez, ao ouvir uma frase do filme chamado Somos Marshall, baseado na estória real do ressurgimento de um time de football americano exterminado por um acidente de avião, tirei uma lição. A frase era a seguinte: "- Se jogarmos com o coração, podemos até ficar atrás no placar, mas nunca seremos derrotados!"

   Pensei... Que frase! Forte, cheia de sentido e boa para servir de motivação.

   Ora, me desculpem, mas ainda motivado pelo Natal me sinto à vontade para um breve comentário.

   Ter um "grande coração" é uma grande virtude. Ele é a fonte de suas emoções. Ouça-as, motive-se e lhes dê muito valor. Elas são valiosas e você não merece que estejam escondidas! Não tenha vergonha,exponha-se! Aprenda que ser capaz de sorrir e chorar é um privilégio. Portanto, aproveite todas as oportunidades e, junto com seus amigos e, principalmente, a sua família, viva a sua vida e abasteça sua memória de boas recordações. É isso que dá sentido à vida!

    E no momento da derrota? Derrota... Que derrota? Quem tem no coração essa motivação não pode ser derrotado, não cai e não fica só. Talvez, momentaneamente, atrás no placar. Nunca derrotado! E, nessa hora, é só mudar a perspectiva do olhar.

    Parabéns pelo saldo positivo de 2011 e um brinde a 2012!

SUGESTÕES PARA O BRINDE

CONTARINI ROSE

    Esse espumante italiano é surpreendente. Conquista pelo visual desde a apresentação na garrafa  até o momento em que é servido. Poucos espumantes tem um aspecto tão interessante na taça. Na boca é muito agradável com intensa presença de frutas. Ótima relação custo x benefício.

      Pode ser encontrado na Casa Ouro em Brasília.

VALLONTANO BRUT

Elaborado com as mesmas uvas do Champagne (Pinot Noir e Chardonnay), este espumante brasileiro, bastante frutado, é capaz de conquistar no primeiro gole e mostrar a grande evolução da viticultura nacional nos últimos anos.

     Pode ser encontrado na Mistral.                       

O Natal chegou!

    O Natal chegou! Que maravilha! Estamos às vésperas de um dia muito especial que contagia pela magia com meses de antecedência. Já em outubro era possível comprar panettone e ver a decoração surgindo nas casas dos vizinhos. Desde então tudo está mudando. As pessoas ficam mais sensíveis, humanas e pacientes. Os objetivos, os anseios e o foco das pessoas giram em torno do coletivo, da felicidade, da reconciliação e da família. As distâncias diminuem, as arestas se aparam e o orgulho se esvai. Agora tudo está perfeito!
    Aproveite essa magia e se deixe contagiar pelo espírito do Natal. Decore sua casa, monte e enfeite a árvore com seus filhos, assista a programação de filmes e desenhos natalinos, dê presentes, prepare a ceia e dissemine a mágica entre as crianças. Criança que acredita no Natal e em Papai Noel é mais feliz e possui um motivo a mais para sorrir. Seu filho lhe agradecerá mais tarde, garanto.
    Prepare com carinho a festa e cuide de sua família, mas não esqueça do principal, Jesus. É por causa dele que essa festa tem tamanha proporção. Reúna todos, reze, homenageie o aniversariante e ofereça a ele um brinde, pois o dia é para comemorar seu nascimento.
    E, para o brinde, sabendo da responsabilidade de indicar um vinho para o Natal, resolvi falar do meu preferido. Um vinho surpreendente que recebeu grandes elogios todas as vezes em que esteve em evidência, seja na taça ou em conversas. Garanto que é uma boa opção de consumo ou de presente, é o Amayna - Pinot Noir!



Amayna Pinot Noir 2009 - Viña Garcés Silva - Amayna

    Um Pinot Noir maravilhoso, que conquista mais e mais a cada minuto com seus aromas potentes que surpreendem a cada instante! Diferente do estilo de Borgonha, mas com muita profundidade, corpo, elegância, complexidade e cor. Na boca apresenta uma textura aveludada e um longo final de boca.
   Indicado como "Melhor Vinho do Novo Mundo" por Steven Spurrier da Decanter, revista que classifica Amayna como "a mais excitante vinícola chilena da atualidade".
   Robert Parker: 91 pts em 2006 e 90 pts em 2005.
Produtor: Viña Garcés Silva - Amayna
Origem: Chile
Região: Vale de Leyda, San Antonio
Uva: Pinot Noir (100%)
Teor Alcoólico: 14,5% Vol.

Informações: As uvas são selecionadas e as parreiras tem o rendimento controlado de apenas 38,5 hl/ha. Vinificação em cuba de aço inoxidável. Maturado em barricas de carvalho francês procedente da Borgonha por 12 meses. 20% novas, 40% de segundo uso e 40% de terceiro uso.

Aruma 2010 - Malbec

     Sexta-feira, 20:00 horas - eu e Lilian em casa, preparando o banho de nossa filha, à espera do Jornal Nacional e resignados com a idéia de ir para a cama cedo. A noite seria tranquila e a previsão era para nos recolhermos após um lanche simples com pão, queijo, presunto e suco. Mas, de repente, meu celular emite o tradicional bip de alerta - uma mensagem havia chegado. Era meu primo, amigo e compadre George contando que estava degustando um vinho com a esposa, Paula, e que o vinho estava agradando bastante. O vinho era o Barista - um dos que já recomendei aqui.

    Fiquei feliz por receber o feedback positivo, afinal, a recomendação de um vinho pode ser um tiro pela culatra. Não resisti e decidi abrir uma garrafa também. Abri o Aruma 2010 e, como de costume, ofereci a minha esposa a primeira taça e logo percebemos que o vinho merecia algo mais do que um pão, queijo e presunto. Perguntei-lhe: Que tal um jantar do San Lorenzo?

     Pensando na harmonização com o vinho, pedi o Filé do Casé, um filé alto envolto por uma crosta de ervas com molho de vinho tinto e acompanhado de risoto de brie com funghi, uma das especialidades da casa. Enquanto a comida não chegava, aproveitei para colocar o vinho para respirar no decanter na tentativa de arredondar seus taninos. Boa decisão! O vinho que já estava ótimo ficou ainda mais elegante.

     Foi uma grande noite!

     Recomendo!

Aruma 2010 - Nicolas Catena e Barons de Rothschild

 

Produtor: Bodegas Caro (Catena&Lafite-Rothschild)
Origem: Argentina
Região: Mendoza
Uva: 100% Malbec
Teor Alcoólico: 14,5%

Informações: vinho de estilo francês. Cor rubi intensa com evidentes tons violáceos que demonstram sua juventude. Encorpado e com bastante fruta sem ser enjoativo. Bons taninos. Elegante, macio, redondo e longo. Maturou 8 meses em barricas de carvalho sendo 50% francês.

Decanter - Utilizar ou não?

Engraçado... Apesar do nome explicitar sua utilidade, o decanter é um utensílio que provoca contradição entre os apreciadores de vinhos, sejam eles especialistas ou não. Existem os que defendem sua utilização para decantação de resíduos, outros afirmam que sua utilidade é possibilitar que os vinhos respirem e ainda existe um grupo mais radical que diz que é apenas um objeto de decoração.

Ora, veja bem, não estamos discutindo futebol, religião e nem o gosto pessoal por mulheres. Sejamos razoáveis! Será que algum dos grupos está errado? Se você pensou que eu seria enfático dizendo sim ou não se enganou. Também não estou em cima do muro. A questão vai além de apenas escolher uma função para o decanter. O vinho é uma bebida complexa, talvez a mais de todas. E o decanter, utensílio criado para aprimorar tal complexidade, não poderia ser inventado sem nenhum critério. Existem vinhos que precisam decantar, outros devem respirar e também existem aqueles que precisam decantar e melhoram ao respirar. Portanto, a necessidade da utilização do decanter será dita pelo vinho e cabe a você escolher o design que mais te agrada.

Quando decantar um vinho:    

• Vinhos de guarda - esses vinhos podem formar sedimentos com o passar do tempo. Portanto, com o intuito de separar essa borra do vinho, é necessário manusear a garrafa com cuidado e usar um decanter para separar tais sedimentos. Mas, em se tratando de vinhos de longa guarda, a utilização do decanter precisa ser criteriosamente avaliada, pois, enquanto preocupados com a decantação, permitimos que o vinho seja exposto a grandes quantidades de oxigênio, o que nem sempre é interessante, pois pode fazer com que um vinho em seu melhor estágio oxide demasiadamente e perca qualidade.

• Aromas fechados / Muito tânicos - vinhos tintos jovens se relacionam bem com o decanter. O tempo que passam nele lhes proporciona uma evolução correspondente a alguns anos de amadurecimento na garrafa. Os taninos são amaciados e o aroma e o buquê se abrem. Quanto mais tanino, corpo e acidez, melhor a relação com o decanter.  É importante destacar que existe um grupo que não recomenda a utilização do decanter para o arejamento do vinho por alegar que haveria perda de substâncias voláteis do buquê e do aroma.

Como decantar um vinho:

1. Se o propósito da decantação for a eliminação de resíduos, deve-se colocar a garrafa na vertical com um ou dois dias de antecedência. Assim, os resíduos se acomodarão no fundo e será possível manter parte deles na garrafa.
2. Aproxime a garrafa do decanter de modo que seja possível fazer com que o vinho escorra pelas paredes do decanter.
3. Preste atenção para que no final, quando o vinho estiver acabando, a borra que estiver no fundo da garrafa não entre no decanter. É provável que não seja possível transferrir totalmente o vinho e uma quantidade mínima permaneça na garrafa.

Obs: Existem funis de decantação que, além de possibilitar o correto escoamento do vinho pelas paredes do decanter, ainda retém a borra.

Vinhos recomendados - Dezembro 2011

     A recomendação deste mês recai sobre dois rótulos que extrapolam a idéia de apenas sugerir bons vinhos. Hoje falaremos de dois vinhos que possuem algo a mais. Um deles tem o charme da expectativa de seu lançamento no mercado em data escolhida para ocorrer simultaneamente no mundo todo e o outro traz uma surpresa que classifico como "o perfeito estímulo para o exame olfativo". São eles, respectivamente:

Beaujolais-Villages Nouveau 2011 e Barista Pinotage 2010.

# Caso você conheça algum bom rótulo e queira compartilhar, mande sua sugestão para letourdevin.brasil@gmail.com.

Barista Pinotage 2010 - Val de Vie

     Barista é um vinho delicioso, carismático, que encanta facilmente e com esse nome não poderia deixar de ter uma relação estreita com o café. Seu produtor é pioneiro na produção deste estilo de pinotage que apresenta aromas evidentes de café e toffee. É um ótimo vinho para estimular o exame olfativo de apreciadores e daqueles que, neste momento, chamo de "incrédulos" por pensarem que cheirar vinho é bobagem. Se você é um desses, deguste este vinho e sinta o prazer de identificar seus aromas. Sua relação com os vinhos terá um novo marco inicial. É um vinho repleto de frutas maduras, café, chocolate e ameixas, e é elaborado com uma uva tipicamente sul-africana: Pinotage. Parcialmente fermentado em barricas de carvalho tostadas. Um ótimo vinho!

Produtor: Val de Vie
Origem: África do Sul
Região: Paarl - Western Coast
Uva: Pinotage (100%)
Teor Alcoólico: 13,5% Vol.

Informações: Parte do vinho é fermentado em barricas de carvalho francês e parte em tanques de aço com as borras. Vinho de corpo médio que pode ser guardado por até 5 anos e harmoniza bem com carnes e massas.

Beaujolais-Villages Nouveau 2011 - Joseph Drouhin

     O Beaujolais-Villages Nouveau é a versão mais concentrada do Beaujolais Nouveau. É um vinho jovem que se destaca pelo frescor e pela intensidade de seus aromas frutados, possui muita fruta vermelha fresca, com destaque para cereja. Deve ser bebido ainda jovem.
     Além da qualidade costumeira dos beaujolais elaborados por Joseph Drouhin, os quais são considerados os melhores do mercado pela imprensa especializada brasileira há mais de 15 anos consecutivos, envolve todo o charme da tradição de festejar o lançamento simultâneo no mundo todo. Destaque também para a safra de 2011 que produziu uvas de cascas espessas resultando em vinhos de grande complexidade, a qual está sendo considerada uma das melhores dos últimos anos.

     Vinho rico e generoso que acompanha muito bem uma tábua de frios.

Produtor: Joseph Drouhin
Origem: França
Região: Bourgogne
Uva: Gamay 100%
Teor Alcoólico: 12,5%

Informações: Maceração carbônica. Não passa por madeira para manter o frescor aromático. Vinho de corpo leve que está pronto para consumo e que harmoniza bem com embutidos e carnes leves.

Exame Visual - O primeiro momento da degustação

     Insisto nas palavras que demonstram a complexidade do vinho e que reconhecem a capacidade que possui de proporcionar imenso prazer desde a escolha e compra do rótulo até a última gota na garrafa do vinho. É prazer do início ao fim, basta saber aproveitar cada um dos momentos.

     Eu, particularmente, me divirto e curto conhecer um pouco sobre o vinho antes de comprá-lo. Também gosto de entrar numa loja, conversar com o vendedor e olhar a diversidade de opções e seus preços. Mas, apesar disso, respeito os que pulam esta fase e se dedicam diretamente às etapas da degustação: exame visual, olfativo e gustativo.

     Respeitando a individualidade de cada ser humano, não ousaria escrever sobre como escolher um vinho. Portanto, vamos à etapa seguinte, já com o rótulo de sua preferência à mesa e o vinho na taça: o exame visual. 

     O primeiro passo é dar uma boa olhada no vinho e, a partir de seu aspecto, deduzir algo como: procedência, idade, teor alcoólico e o provável paladar.

     Mas como fazê-lo?

    Em um ambiente bem iluminado, sirva 1/3 ou 1/4 da taça, incline-a 45º e, contra um fundo branco, examine o vinho. Observe se o vinho está límpido, a intensidade de sua cor, seu brilho, sua transparência, sua viscosidade, a cor das bordas (halo aquoso) e do centro da taça.

          LIMPIDEZ/TRANSPARÊNCIA - Verifique se o vinho está límpido e é transparente. A opacidade pode indicar um defeito ou deterioração. Mas vale lembrar que vinhos de longa guarda, quando manipulados, podem levantar borra e necessitarem apenas de decantação, o que não significa defeito.

              BRILHO - Com relação ao brilho, grandes vinhos possuem boa limpidez, transparência e viscosidade e a combinação dessas características resulta em muito brilho.

            INTENSIDADE DA COR - A intensidade da cor pode falar sobre o tipo da uva, a região onde foi cultivada e a idade do vinho. Vinhos de coloração muito intensa podem ter origem em lugares de clima quente ou serem exemplares de uvas como a shiraz. Do contrário, podem ser oriundos de clima frio ou serem varietais da uva pinot noir. Quanto à idade, pode-se afirmar que vinhos mudam de cor com o passar do tempo, sendo que os tintos tendem a possuir tons violáceos quando jovens passando para tons atijolados com o envelhecimento, mudança que será percebida primeiro no halo aquoso (borda).

              VISCOSIDADE - Ao girar o vinho na taça, além de aumentarmos a área de exposição do vinho ao ar, papo que levaremos quando falarmos de análise olfativa, podemos observar as pernas ou lágrimas que se formam e escorrem na parede da taça. Essas lágrimas representam o teor alcóolico do vinho, portanto quanto mais lágrimas e mais devagar escorrem, maior o teor alcóolico e o corpo do vinho.

              HALO AQUOSO - O halo aquoso aparece ao inclinarmos a taça. Podemos perceber que a cor do centro, em determinado momento, se dissipa e nota-se um anel mais claro perto da taça, este é o halo aquoso. Um halo pequeno ou inexiste aparece em vinhos jovens e o grande em vinhos maduros que estão prontos para o consumo.

Confraria - oportunidade de aprendizado e diversão

     Se tem algo importante, divertido e que recomendo a todos que gostam de vinho é: PARTICIPE DE UMA CONFRARIA! Não tenha receio. Pouco importa o quanto você conhece sobre o assunto, o importante é saber o quanto você quer aprender. Este é o limitador. Quanto maior o interesse melhor será a confraria e mais sólido o aprendizado de todos os participantes. Rapidamente você descobrirá que os benefícios são muito maiores do que se pode imaginar.

     Agora, do meu ponto de vista existem duas interpretações dessa realidade. São elas:
                 CLUBES DO VINHO - Algumas lojas oferecem a seus clientes a possibilidade de comprar rótulos escolhidos por especialistas, muitas vezes a preços inferiores aos praticados na loja e, além dos vinhos, ainda entregam uma resenha com informações dos vinhos e do tema do mês.
                 REUNIÕES ENTRE AMIGOS - É a opção de amigos para juntos comprar, degustar, conhecer e avaliar vinhos. Assim, vinhos que seriam inacessíveis a apenas um dos confrades poderão ser degustados em parceria. Desta forma, compartilha-se conhecimentos e pontos de vista, possibilitando que características que não são percebidas por um sejam evidenciadas por outro. Ainda é possível incrementar o evento tranformando-o em uma degustação às cegas. As reuniões podem ser realizadas em um local determinado ou, alternadamente, nas casas dos participantes.

     Já participei de vários clubes do vinho e, ao término de um deles, resolvi continuar investindo o valor pago como mensalidade em bons vinhos que, a partir daquele momento, seriam escolhidos por mim. Contei a idéia para meu irmão que também participava do clube e ele aderiu a idéia me dando carta branca para também comprar para ele os rótulos que eu julgar conveniente. A idéia vem sendo naturalmente disseminada e o clube vem se ampliando. Foi aí que surgiu o Le Tour de Vin e todo mês, a partir de um tema, escolhemos dois rótulos e redigimos um texto informativo.

    

     Portanto, meu amigo, não perca tempo! Escolha seus confrades, participe de uma confraria, divirta-se e honre a causa do vinho. E por falar em causa do vinho, lembrando de Émile Peynaud, um dos maiores nomes da enologia francesa, compartilho um pouco dos seus princípios e ensinamentos: seja adepto do lema do degustador: "Conhecer melhor para apreciar melhor". Degustar é uma arte, é expor aos sentidos. Quem a faz com excelência multiplica o prazer do vinho. Aproveite uma boa companhia e compartilhe, diga o quanto o vinho é bom à sua maneira, contribua com o aprendizado de alguém e tire proveito da experiência alheia. Vinho bom tem que ser compartilhado, pois o prazer que ele proporciona se multiplica quando dividido.

O frio chegou! Que tal bouef bourguignon e vinho?

     Nada melhor do que ficar em casa ao lado de uma boa companhia, comer uma comida aconchegante e beber um vinho bacana, certo? Então, que tal um tradicional Bouef Bourguignon regado a um belo vinho? Se você gostou da idéia, aproveite as sugestões abaixo.


      Primeiro, compre ingredientes de qualidade. Quem deseja comer uma boa comida precisa de bons ingredientes, a não ser que seja um bom mágico.

     Segundo, dedique o tempo necessário à escolha do vinho e compre dois, um para a receita e o outro para beber. É importante rever o costume de que vinho bom é para beber e vinho ruim para cozinhar. Não faça isso! Você até pode comprar um vinho mais barato para por na comida, mas não use vinho ruim, a não ser que seu objetivo seja uma bela dor de cabeça. Na hora de comprar o vinho para colocar na comida pense: eu tomaria esse vinho? Se a resposta for positiva, o vinho foi aprovado.

     Terceiro, prepare a receita. Caso deseje surpreender alguém, planeje-se e prepare a receita com antecedência. Assim, nem parecerá que você se aventurou pela cozinha. Agora, se você quiser que a aventura pela cozinha seja conjunta, comece o dia junto de sua companhia indo ao mercado, à loja de vinhos, e depois mãos à obra. Ou então, peça a alguém para prepará-la, dependerá de sua disposição.

     Com relação à escolha do vinho, penso que o Bouef Bourguignon, por se tratar de uma espécie de "ensopado de carne com molho de vinho", grosseiramente falando, é claro, necessita priorizar a harmonização com o molho como melhor opção e deve manter o padrão do vinho utilizado para cozinhar, podendo ser um Pinot Noir da Borgonha, um Pinot Noir chileno, um corte Cabernet/Merlot, ou quem sabe outro de sua preferência. Tudo dependerá de você.

RECEITA - Boeuf Bourguignon (adaptada do livro Cozinha Francesa - mais de 100 receitas irresistíveis)
(4-6 pessoas)
Ingredientes:
90 g de manteiga
2 colheres de sopa de óleo
175  g de bacon defumado picado
900 g de carne cortada em cubos
2 dentes de alho grandes
1 cenoura picada
1 alho-poró em rodelas
1 cebola picada
12 cebolas-pérola
1 vidro pequeno de Champignon em conserva cortados
2 colheres de sopa de farinha 
350 ml de vinho tinto
500 ml de caldo de carne
1 colher de sopa de polpa de tomate
Salsa
Cebolinha
sal
pimenta


Modo de Fazer
- Pré-aqueça o forno a 180º;
- Em uma panela funda, derreta 30 g de manteiga com 1 colher de óleo. Junte o bacon e frite-o, em seguida retire o bacon da panela e reserve-o;
- Frite a carne na gordura que ficou na panela, em seguida reserve a carne em separado;
- Refogue o alho, a cenoura, o alho-poró e a cebola até ficarem macios. Tempere com sal e pimenta e polvilhe a farinha. Doure por 2 minutos;
- Adicione o vinho, o caldo de carne, a polpa de tomate, e o cheiro verde. Deixe ferver e adicione a carne e o bacon novamente. Tape e deixe em fogo baixo por, aproximadamente, 2 horas, sempre verificando para não queimar.
- Coloque 30 g de manteiga e 1 colher de sopa de óleo numa frigideira e refogue as cebolas-pérola e reserve-as.
- Derreta o restante da manteiga na frigideira e, adicione os cogumelos, tempere com sal e pimenta e doure sem parar de mexer.
- Após as 2 horas, adicione as cebolas e os cogumelos e cozinhe por mais 30 minutos.
- Verifique e retifique o tempero;