Quem sou eu

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Sou um interessado em vinhos que não tem a pretensão de querer ensinar nada a ninguém. Quero trocar informações e experiências, pois meu objetivo é conhecer melhor para apreciar melhor.

Adoro viajar, conviver com amigos, comemorar datas festivas, estar em família, comer uma boa comida, viver as emoções, sorrir, pensar e ser feliz e acredito que o vinho pode proporcionar ou estar presente em tudo isso.

Sou um entusiasmado que descobriu que o vinho pode ser muito mais do que uma simples bebida e diz: “O vinho é a bebida que emociona!”.

Muito prazer, meu nome é Carlos.

domingo, 27 de novembro de 2011

Exame Visual - O primeiro momento da degustação

     Insisto nas palavras que demonstram a complexidade do vinho e que reconhecem a capacidade que possui de proporcionar imenso prazer desde a escolha e compra do rótulo até a última gota na garrafa do vinho. É prazer do início ao fim, basta saber aproveitar cada um dos momentos.

     Eu, particularmente, me divirto e curto conhecer um pouco sobre o vinho antes de comprá-lo. Também gosto de entrar numa loja, conversar com o vendedor e olhar a diversidade de opções e seus preços. Mas, apesar disso, respeito os que pulam esta fase e se dedicam diretamente às etapas da degustação: exame visual, olfativo e gustativo.

     Respeitando a individualidade de cada ser humano, não ousaria escrever sobre como escolher um vinho. Portanto, vamos à etapa seguinte, já com o rótulo de sua preferência à mesa e o vinho na taça: o exame visual. 



     O primeiro passo é dar uma boa olhada no vinho e, a partir de seu aspecto, deduzir algo como: procedência, idade, teor alcoólico e o provável paladar.

     Mas como fazê-lo?

    Em um ambiente bem iluminado, sirva 1/3 ou 1/4 da taça, incline-a 45º e, contra um fundo branco, examine o vinho. Observe se o vinho está límpido, a intensidade de sua cor, seu brilho, sua transparência, sua viscosidade, a cor das bordas (halo aquoso) e do centro da taça.

          LIMPIDEZ/TRANSPARÊNCIA - Verifique se o vinho está límpido e é transparente. A opacidade pode indicar um defeito ou deterioração. Mas vale lembrar que vinhos de longa guarda, quando manipulados, podem levantar borra e necessitarem apenas de decantação, o que não significa defeito.

              BRILHO - Com relação ao brilho, grandes vinhos possuem boa limpidez, transparência e viscosidade e a combinação dessas características resulta em muito brilho.

            INTENSIDADE DA COR - A intensidade da cor pode falar sobre o tipo da uva, a região onde foi cultivada e a idade do vinho. Vinhos de coloração muito intensa podem ter origem em lugares de clima quente ou serem exemplares de uvas como a shiraz. Do contrário, podem ser oriundos de clima frio ou serem varietais da uva pinot noir. Quanto à idade, pode-se afirmar que vinhos mudam de cor com o passar do tempo, sendo que os tintos tendem a possuir tons violáceos quando jovens passando para tons atijolados com o envelhecimento, mudança que será percebida primeiro no halo aquoso (borda).

              VISCOSIDADE - Ao girar o vinho na taça, além de aumentarmos a área de exposição do vinho ao ar, papo que levaremos quando falarmos de análise olfativa, podemos observar as pernas ou lágrimas que se formam e escorrem na parede da taça. Essas lágrimas representam o teor alcóolico do vinho, portanto quanto mais lágrimas e mais devagar escorrem, maior o teor alcóolico e o corpo do vinho.

              HALO AQUOSO - O halo aquoso aparece ao inclinarmos a taça. Podemos perceber que a cor do centro, em determinado momento, se dissipa e nota-se um anel mais claro perto da taça, este é o halo aquoso. Um halo pequeno ou inexiste aparece em vinhos jovens e o grande em vinhos maduros que estão prontos para o consumo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Confraria - oportunidade de aprendizado e diversão


     Se tem algo importante, divertido e que recomendo a todos que gostam de vinho é: PARTICIPE DE UMA CONFRARIA! Não tenha receio. Pouco importa o quanto você conhece sobre o assunto, o importante é saber o quanto você quer aprender. Este é o limitador. Quanto maior o interesse melhor será a confraria e mais sólido o aprendizado de todos os participantes. Rapidamente você descobrirá que os benefícios são muito maiores do que se pode imaginar.

     Agora, do meu ponto de vista existem duas interpretações dessa realidade. São elas:
                 CLUBES DO VINHO - Algumas lojas oferecem a seus clientes a possibilidade de comprar rótulos escolhidos por especialistas, muitas vezes a preços inferiores aos praticados na loja e, além dos vinhos, ainda entregam uma resenha com informações dos vinhos e do tema do mês.
                 REUNIÕES ENTRE AMIGOS - É a opção de amigos para juntos comprar, degustar, conhecer e avaliar vinhos. Assim, vinhos que seriam inacessíveis a apenas um dos confrades poderão ser degustados em parceria. Desta forma, compartilha-se conhecimentos e pontos de vista, possibilitando que características que não são percebidas por um sejam evidenciadas por outro. Ainda é possível incrementar o evento tranformando-o em uma degustação às cegas. As reuniões podem ser realizadas em um local determinado ou, alternadamente, nas casas dos participantes.

     Já participei de vários clubes do vinho e, ao término de um deles, resolvi continuar investindo o valor pago como mensalidade em bons vinhos que, a partir daquele momento, seriam escolhidos por mim. Contei a idéia para meu irmão que também participava do clube e ele aderiu a idéia me dando carta branca para também comprar para ele os rótulos que eu julgar conveniente. A idéia vem sendo naturalmente disseminada e o clube vem se ampliando. Foi aí que surgiu o Le Tour de Vin e todo mês, a partir de um tema, escolhemos dois rótulos e redigimos um texto informativo.

    

     Portanto, meu amigo, não perca tempo! Escolha seus confrades, participe de uma confraria, divirta-se e honre a causa do vinho. E por falar em causa do vinho, lembrando de Émile Peynaud, um dos maiores nomes da enologia francesa, compartilho um pouco dos seus princípios e ensinamentos: seja adepto do lema do degustador: "Conhecer melhor para apreciar melhor". Degustar é uma arte, é expor aos sentidos. Quem a faz com excelência multiplica o prazer do vinho. Aproveite uma boa companhia e compartilhe, diga o quanto o vinho é bom à sua maneira, contribua com o aprendizado de alguém e tire proveito da experiência alheia. Vinho bom tem que ser compartilhado, pois o prazer que ele proporciona se multiplica quando dividido.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O frio chegou! Que tal bouef bourguignon e vinho?



     Nada melhor do que ficar em casa ao lado de uma boa companhia, comer uma comida aconchegante e beber um vinho bacana, certo? Então, que tal um tradicional Bouef Bourguignon regado a um belo vinho? Se você gostou da idéia, aproveite as sugestões abaixo.


      Primeiro, compre ingredientes de qualidade. Quem deseja comer uma boa comida precisa de bons ingredientes, a não ser que seja um bom mágico.

     Segundo, dedique o tempo necessário à escolha do vinho e compre dois, um para a receita e o outro para beber. É importante rever o costume de que vinho bom é para beber e vinho ruim para cozinhar. Não faça isso! Você até pode comprar um vinho mais barato para por na comida, mas não use vinho ruim, a não ser que seu objetivo seja uma bela dor de cabeça. Na hora de comprar o vinho para colocar na comida pense: eu tomaria esse vinho? Se a resposta for positiva, o vinho foi aprovado.

     Terceiro, prepare a receita. Caso deseje surpreender alguém, planeje-se e prepare a receita com antecedência. Assim, nem parecerá que você se aventurou pela cozinha. Agora, se você quiser que a aventura pela cozinha seja conjunta, comece o dia junto de sua companhia indo ao mercado, à loja de vinhos, e depois mãos à obra. Ou então, peça a alguém para prepará-la, dependerá de sua disposição.

     Com relação à escolha do vinho, penso que o Bouef Bourguignon, por se tratar de uma espécie de "ensopado de carne com molho de vinho", grosseiramente falando, é claro, necessita priorizar a harmonização com o molho como melhor opção e deve manter o padrão do vinho utilizado para cozinhar, podendo ser um Pinot Noir da Borgonha, um Pinot Noir chileno, um corte Cabernet/Merlot, ou quem sabe outro de sua preferência. Tudo dependerá de você.

RECEITA - Boeuf Bourguignon (adaptada do livro Cozinha Francesa - mais de 100 receitas irresistíveis)
(4-6 pessoas)
Ingredientes:
90 g de manteiga
2 colheres de sopa de óleo
175  g de bacon defumado picado
900 g de carne cortada em cubos
2 dentes de alho grandes
1 cenoura picada
1 alho-poró em rodelas
1 cebola picada
12 cebolas-pérola
1 vidro pequeno de Champignon em conserva cortados
2 colheres de sopa de farinha 
350 ml de vinho tinto
500 ml de caldo de carne
1 colher de sopa de polpa de tomate
Salsa
Cebolinha
sal
pimenta


Modo de Fazer
- Pré-aqueça o forno a 180º;
- Em uma panela funda, derreta 30 g de manteiga com 1 colher de óleo. Junte o bacon e frite-o, em seguida retire o bacon da panela e reserve-o;
- Frite a carne na gordura que ficou na panela, em seguida reserve a carne em separado;
- Refogue o alho, a cenoura, o alho-poró e a cebola até ficarem macios. Tempere com sal e pimenta e polvilhe a farinha. Doure por 2 minutos;
- Adicione o vinho, o caldo de carne, a polpa de tomate, e o cheiro verde. Deixe ferver e adicione a carne e o bacon novamente. Tape e deixe em fogo baixo por, aproximadamente, 2 horas, sempre verificando para não queimar.
- Coloque 30 g de manteiga e 1 colher de sopa de óleo numa frigideira e refogue as cebolas-pérola e reserve-as.
- Derreta o restante da manteiga na frigideira e, adicione os cogumelos, tempere com sal e pimenta e doure sem parar de mexer.
- Após as 2 horas, adicione as cebolas e os cogumelos e cozinhe por mais 30 minutos.
- Verifique e retifique o tempero;